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História
do Brasil
Descobrimento e colonização
Independência
Pós-guerra
Descobrimento e Colonização
Descobrimentos
Portugueses ||
As Primeiras Colônias
|| Período Colonial || União
da Espanha e Portugal ||
Expansão Territorial
|| Descoberta do Ouro || Café
Descobrimentos
Portugueses (1487 - 1497)
Nos séculos XV e XVI, Portugal era um reino
ibérico com um milhão de habitantes, voltado para o Oceano
Atlântico e limitando-se com a Casa de Castela, que lhe era hostil.
Depois de anos de luta contra a ocupação moura, os portugueses
voltaram sua atenção e energia para o mar e o que houvesse
além mar. Enquanto os espanhóis partiram em busca de uma
rota para o Oriente, viajando para oeste, os portugueses optaram pela chamada
"Rota do Sul" ao longo da costa africana. Alcançado o Cabo da Boa
Esperança em 1487, os portugueses foram guiados pelo navegador Vasco
da Gama, através do Oceano Índico, para descobrir a rota
marítima para o longínquo Oriente em 1497. Tinham conhecimento
da existência de terras do outro lado do Atlântico e haviam
feito algumas expedições a oeste, antes da descoberta das
Antilhas, por Colombo, em 1492. Guardaram este conhecimento em segredo,
entretanto, de maneira a evitar que a ambição da Espanha,
Inglaterra e França prejudicasse os seus planos. Para uma nação
pequena, o segredo era o único método disponível para
se resguardar da ambição de rivais marítimos mais
poderosos .
O Tratado de Tordesilhas (1494) definiu a questão
da posse das novas terras entre Espanha e Portugal. Tratou-se de um acordo
no qual os territórios compreendidos a leste do meridiano de Greenwich,
até 370 léguas a oeste das Ilhas de Cabo Verde, pertenceriam
a Portugal, enquanto as terras a oeste ficariam com a Espanha. Essa linha
imaginária, de pólo a pólo, atravessou a parte oriental
da América do Sul e constituiu a primeira fronteira do Brasil, embora
a descoberta formal, por Pedro Álvares Cabral, só tenha acontecido
seis anos mais tarde, em 1500.
As Primeiras Colônias
(1530 - 1549)
A viagem de Cabral foi seguida por outras expedições
portuguesas. A principal riqueza explorável encontrada pelos primeiros
colonizadores foi um tipo de madeira, que produzia uma tintura vermelha
e roxa, o pau-brasil, da qual deriva o nome do país.
A ocupação organizada só
teve início em 1530, quando Portugal enviou os primeiros colonizadores,
trazendo animais domésticos, plantas e sementes para o estabelecimento
de colônias definitivas. As colônias implantadas no Nordeste
foram consolidadas. São Vicente, no litoral do atual Estado de São
Paulo, foi fundada em 1532, e a cidade de Salvador, mais tarde escolhida
como sede da Governadoria Geral da colônia, foi fundada em 1549.
O território era escassamente habitado por tribos indígenas,
algumas pacíficas e outras, especialmente no interior, hostis e
ameaçadoras.
À medida que se expandia a colonização,
um sistema administrativo tornou-se necessário. Como primeiro passo,
a Coroa Portuguesa criou as Capitanias Hereditárias. Quatorze dessas
Capitanias - algumas maiores que Portugal - foram instaladas em meados
do século XVI, sendo os beneficiários, chamados donatários,
responsáveis pela sua defesa e desenvolvimento. O sistema de Capitanias
influenciou significativamente sobre a configuração territorial
e política do Brasil moderno.
O Período Colonial
O litoral úmido e fértil do que é
hoje o Estado de Pernambuco era adequado para plantação de
cana-de-açúcar. Além disso, a sua localização
era conveniente como porto para embarcações que viajavam
de Portugal para o oeste africano e para o oriente. A cana-de-açúcar
e a técnica para seu cultivo chegaram ao Brasil provenientes da
Ilha da Madeira. Um comércio triangular próspero logo se
desenvolveu, com base na importação de trabalho escravo do
oeste da África, para as plantações canavieiras. O
açúcar era exportado para o mercado europeu, cuja demanda
crescente começava a superar os suprimentos das fontes tradicionais.
A União da Espanha e Portugal
(1580 - 1640)
Eventos ocorridos na Europa prejudicaram o desenvolvimento
verificado na colônia. Quando o Rei Sebastião de Portugal
morreu em 1578, Felipe II da Espanha o sucedeu no trono em Lisboa. De 1580
a 1640, os dois reinos peninsulares foram unidos sob a Coroa Espanhola.
Durante esse período, pela união dos dois países,
a América do Sul se tornou parte do mundo hispânico. Paradoxalmente,
a união de Portugal e Espanha, por sessenta anos, conferiria vantagens
inesperadas para a colônia transatlântica portuguesa. Na ausência
de fronteiras, tanto portugueses como brasileiros começaram a penetrar
pelo vasto interior do País.
O ponto inicial desta exploração
foi a capitania de São Vicente, e foi de sua base em São
Paulo que os pioneiros avançaram a fronteira no sentido do litoral
para o interior.
Expedições (conhecidas como Bandeiras)
à procura de escravos índios, abriram caminho por entre as
florestas, subiram com dificuldade pelas serras e avançaram em direção
ao interior. Os expedicionários (Bandeirantes) são conhecidos
por terem trazido de volta com eles os índios capturados de missões
jesuítas e dispersos pelo interior do País. Os Bandeirantes
foram os responsáveis pela expansão dos limites do futuro
Brasil independente.
Expansão Territorial
(1600)
Em 1640, quando os portugueses, sob o domínio
de D. João IV, recuperaram sua independência, recusaram-se
a abandonar as terras ocupadas e colonizadas a oeste da linha original
de Tordesilhas. Apoiando-se no que tinha sido desde então reconhecido
pelas leis internacionais como o uti possidetis - o direito derivado não
só do título, mas também da "posse pelo uso" - os
portugueses se estabeleceram como os donos legais das terras que ocuparam.
Na segunda metade do século XVII Portugal tornou-se livre do domínio
espanhol; o Nordeste do Brasil foi liberado da ocupação de
24 anos, pelas forças holandesas; e enfraqueceu a economia brasileira,
baseada na produção de açúcar. O declínio
da produção de açúcar foi acompanhado por um
movimento da população das regiões produtoras em direção
aos territórios inexplorados.
A Descoberta do Ouro (1690 - 1800)
A mais importante conseqüência dessas
expedições foi a descoberta do ouro. A corrida pelo ouro
atraiu milhares de pessoas provenientes das plantações do
litoral, além de novas levas de imigrações de Portugal.
Outras conseqüências incluíram o crescimento da criação
de gado no interior, para abastecer de carne e couro os centros de mineração,
e o surgimento de novas cidades no que é hoje o Estado de Minas
Gerais. Ao todo, aproximadamente 1.000 toneladas de ouro e 3 milhões
de quilates de diamantes foram extraídos da região entre
1700 e 1800. A crescente extração de ouro no Brasil constituiu-se
um ciclo de desenvolvimento importante, que influenciou o curso dos acontecimentos
não só na colônia como na Europa.
Embora o ouro fosse controlado por Portugal e
embarcado para Lisboa, ele não permanecia lá. A Inglaterra,
de acordo com o Tratado de Methuen de 1703, supria Portugal com produtos
têxteis, que eram pagos com o ouro das minas brasileiras. O ouro
brasileiro que ia para Londres, ajudou a financiar a Revolução
Industrial.
Os produtos ingleses dominaram o mercado brasileiro,
acabando com qualquer chance de competição e desencorajando
qualquer atividade industrial no Brasil.
Café
O sucesso da mineração de ouro e diamantes,
assim como o do plantio da cana-de-açúcar, foi seguido pela
ascensão de uma fonte de riqueza ainda mais importante - o café.
Assim como a mineração provocou a migração
de habitantes de Pernambuco e da Bahia rumo ao sul, para Minas Gerais,
o crescimento das plantações de café fez avançar
o povoamento de terras desabitadas mais para o sul. O café chegou
pela primeira vez ao Brasil através da Guiana Francesa, no século
XVIII. A primeiras plantações foram feitas em regiões
bem providas de mão-de-obra escrava, no interior do Rio de Janeiro.
No entanto, a abolição da escravatura e a imigração
européia para o Estado de São Paulo, no final do século
XIX, fizeram com que as plantações de café fossem
cultivadas mais ao sul, em regiões que ofereciam condições
de solo, clima e altitude mais satisfatórias. O ambiente favorável,
por sua vez, fez do Brasil o maior produtor de café do mundo.
Outro acontecimento importante da metade do século
XVIII foi a transferência da sede do Governo Colonial. Após
permanecer por mais de 200 anos em Salvador, a capital foi transferida
para o Rio de Janeiro, onde controlava a rota de acesso principal para
Minas Gerais, e se localizava mais próximo dos centros populacionais
em crescimento nas regiões do sul. .
Independência
O Império || A
República
O Sentimento de Nacionalidade
O papel que coube a Portugal durante o período
de seu domínio no Brasil foi o de intermediário entre a colônia
produtora e os centros econômicos consumidores europeus. O fato de
a Inglaterra ter permanecido como principal parceira comercial de Portugal
durante este período é importante. Vários acordos
comerciais foram assinados entre os dois Governos (1642; 1654; 1661; 1703;
1810; 1826) favorecendo sempre o desenvolvimento do mercantilismo inglês.
Ao monopolizar toda negociação com o Brasil, Portugal reteve
uma parte substancial dos lucros obtidos na colônia, o que levou
a um crescente descontentamento entre os colonos. Desde as invasões
holandesa e francesa na região Nordeste, no início do século
XVII, um sentimento nacionalista vinha sendo desenvolvido, adquirido na
luta para expulsar os invasores.
Os movimentos de inquietação provocados
pelo ímpeto de garantir liberdade política começaram
com seriedade no início do século XVIII. Embora o conceito
de Independência fosse generalizado, alguns movimentos contra as
autoridades portuguesas eram claramente de proporções regionais.
A Conspiração de Minas (Conjuração Mineira),
o mais significativo destes movimentos isolados, aconteceu no centro da
região de mineração do ouro. Seu entusiasmado líder
era o alferes de cavalaria, Joaquim José da Silva Xavier, apelidado
"Tiradentes". Tiradentes encontrou apoio principalmente entre os intelectuais
imbuídos dos mesmos ideais de liberdade que inspiraram os Enciclopedistas
Franceses e os líderes da Revolução Americana. A conspiração
foi descoberta e seus líderes receberam sentenças cruéis.
Tiradentes foi enforcado em praça pública no Rio de Janeiro.
Outros movimentos, alguns dos quais com amplo apoio da população,
ocorreram em Pernambuco e Bahia, onde o declínio da economia açucareira
havia agravado os problemas criados pela subordinação a Portugal.
Nenhum deles, entretanto, foi suficientemente importante para abalar o
domínio mantido por Portugal na época.
Transferência da Corte Portuguesa para o Brasil
(1808 - 1821)
Em 1808, quando as forças de Napoleão
começaram a invadir Portugal, tomou-se a decisão de transferir
o Monarca e sua Corte para o Rio de Janeiro, onde permaneceram até
1821. O Goveno Britânico envolveu-se diretamente nessa transferência.
Providenciou os navios necessários para o transporte da Família
Real, aproveitando-se da difícil situação de Portugal
para obter ainda mais privilégios comerciais.
A abertura dos portos brasileiros às Nações
Amigas, em 1808, logo após a chegada de D. João VI, reforçou
a dominação inglesa. O acordo proporcionou à Inglaterra
o monopólio em novos mercados, com direitos garantidos e preferências
comerciais.
O estabelecimento da administração
real na colônia, pelo período de 14 anos, acelerou a marcha
em direção à Independência. A Coroa Portuguesa,
conscientemente ou não, tomou certas medidas que amenizaram a transição
para a Independência. Entre os fatores que contribuiram para definir
as características do processo de Independência, destacam-se
a ascensão do Brasil, do status de colônia para o de Reino
Unido com Portugal, ocorrida em 1815, e a decisão de D. João
VI, de permanecer no Rio de Janeiro, mesmo depois de terminado o domínio
de Napoleão na Europa. Seis anos mais tarde, em 1821, o Rei D. João
VI foi obrigado a ceder às pressões políticas de Portugal.
Retornou a Lisboa, mas deixou o Príncipe no Rio, com o título
de Regente Vice-Rei. Na presença de membros da sociedade colonial,
o Rei supostamente o teria advertido: "Pedro, meu filho, quando chegar
a hora, coloque a coroa em sua cabeça, antes que um aventureiro
o faça".
Proclamação da Independência
(1822)
A forte oposição dos políticos
de Lisboa a essa situação, e a influência de conselheiros
brasileiros sobre o príncipe, atraíram-no para a causa da
Independência. Menos de um ano após o retorno do Rei para
Portugal, em 7 de setembro de 1822, o Príncipe da Coroa proclamou
a Independência do Brasil como um Império, fazendo-se coroar
solenemente como Imperador Pedro I, em 1o de dezembro de 1822. O mentor
intelectual da Independência brasileira foi José Bonifácio
de Andrada e Silva, um destacado geólogo e escritor brasileiro,
que se tornou o mais importante e confiável dos conselheiros do
Príncipe. Enquanto os Vice-Reinos espanhóis na América
tiveram que lutar duramente por sua Independência (tornando-se 18
repúblicas distintas), Portugal e Brasil resolveram a questão
através da negociação, tendo a Grã-Bretanha
como mediadora.
A dominação inglesa, já fortalecida
pelas políticas de liberalismo econômico, tornou-se ainda
mais completa após a Independência. Como condição
para o reconhecimento da soberania brasileira, o Governo britânico
obteve a revalidação e expansão dos privilégios
de 1810, o que confirmaria a dependência da economia brasileira ao
centro mundial do comércio. Após um conflito de duração
relativamente curta (1822-1824), o Brasil tornou-se Império sob
D. Pedro I que, entretanto, continuou a ser o sucessor ao trono português.
O Império
Pedro I (1822 - 1831)
O primeiro administrador do Brasil independente possuía
personalidade forte e ofereceu contribuição importante para
a evolução política e social do século XIX.
Propiciou ao Brasil, em 1824, e a Portugal dois anos mais tarde, Constituições
extremamente avançadas para a época, quebrando o tabu do
direito divino dos Reis. Em 1826, com a morte de João VI, Dom Pedro
herdou o Reinado de seu pai. Entretanto, abdicou ao trono de Portugal em
favor de sua filha, ainda criança, Maria da Glória, que tornou-se
a Rainha Maria II. Em 1831, abdicou ao Trono do Brasil em favor de seu
filho, Dom Pedro II, que era ainda menor de idade. Esta decisão,
impelida em parte por divergências com o parlamento brasileiro, foi
motivada também por um espírito de aventura que o levou de
volta a Portugal para destronar seu irmão, Miguel, que havia usurpado
o trono da jovem Rainha Maria.
Pedro II (1831 - 1889)
D. Pedro II cresceu para se tornar um monarca rigoroso,
sóbrio e preparado. Durante seu reinado de meio século, o
Brasil alcançou maturidade política e cultural, e a unidade
do vasto País foi firmemente assegurada. Instituições
sociais e políticas se desenvolveram tranqüilamente e alcançaram
estabilidade. Criou-se uma administração competente e a escravidão
foi progressivamente eliminada, até sua completa abolição
em 1888. Promoveu-se a imigração européia e planos
de renda e de saúde foram implantados em escala nacional. A influência
exercida pelo Imperador sobre o povo e instituições do País
contribuiu para que a transição da Monarquia para República,
ocorresse mais tarde, sem derramamento de sangue.
A República
Fim do Império: Abolição da
Escravatura (1888)
A abolição da escravatura é
frequentemente citada como a causa mais imediata para a queda da Monarquia.
Com o imperador na Europa, sua filha, a Princesa Isabel, atuava como Regente.
No dia 13 de maio de 1888, diante do colapso da escravatura como um sistema
funcional, e cedendo a pressões dos abolicionistas, ela assinou
a chamada "Lei Áurea", que aboliu a escravatura no Brasil. A abolição
foi, na realidade, resultado de antigas pressões da política
britânica sobre o Governo brasileiro, para encerrar o comércio
de escravos. A luta contra esse comércio ocorria em função
dos planos de expansão da produção nas colônias
britânicas (açúcar), que favoreciam o crescimento do
capitalismo industrial britânico. Ao final do século XIX,
a escravidão no Brasil declinou sob pressão dos trabalhadores
imigrantes, cujos salários custavam menos do que a manutenção
dos escravos. Entretanto, a "Lei Áurea" desencadeou forte reação
dos donos de escravos, que erodiu as bases políticas da Monarquia.
Após alguns meses de crise no Parlamento, o Imperador foi deposto
no dia 15 de novembro de 1889, por um movimento militar, que proclamou
o fim da Monarquia e o estabelecimento da República. A transformação
institucional, embora profunda, ocorreu sem derramamento de sangue. Embora
tratado com merecido respeito, o Imperador e sua família foram convidados
a deixar o País. Acompanhados por alguns companheiros mais próximos,
foram para o exílio na França. Lideranças de renome
do País emprestaram seu apoio e colaboração ao novo
regime, entre elas um dos maiores estadistas do Brasil, o Barão
de Rio Branco. Sua sabedoria e habilidade diplomática capacitaram
o Brasil a terminar, por tratados ou arbitragem, praticamente todas suas
disputas de fronteiras.
Federação e Sistema Presidencial
A República recém criada adotou um
sistema federativo, que mantém as mesmas características
até os dias de hoje. Na federação, as províncias
do Império foram transformadas em estado. O sistema parlamentarista
foi substituído pelo presidencialista. Foi criado um Congresso bicameral,
composto pela Câmara dos Deputados e Senado, assim como um Supremo
Tribunal Federal independente. Em nível estadual, foi adotada a
mesma estrutura. Os diversos presidentes, eleitos sob as leis do sistema
constitucional vigente, governaram sucessivamente até 1930.
A Revolução de 1930 e o "Estado Novo"
(1930 - 1937)
A chamada "República Velha" durou até
1930, quando, pela primeira vez, o Governo foi substituído em decorrência
de um conflito. O principal objetivo do vitorioso movimento revolucionário
encabeçado por Getúlio Vargas era a reforma de um sistema
eleitoral e político que, na falta de partidos nacionais fortes,
havia eleito presidentes apoiados pelos governadores dos estados líderes
de São Paulo e Minas Gerais. Os governadores, por sua vez, asseguraram
eleições de representantes no Congresso, empenhados em perpetuar
a política do Governo central. Getúlio Vargas, que governou
o Brasil durante os 15 anos seguintes, conquistou o poder numa época
difícil. O País sentia os efeitos da recessão mundial
que reduziu drasticamente o preço do café. A cena política
interna se viu afetada pela crise financeira resultante desse fato e, também,
à medida que a década avançava, por choques entre
minorias militantes, inspiradas por idéias que chegavam ao País
vindas da Alemanha nazista e Itália facista, ou pela ideologia comunista
respaldada pela União Soviética.
Autoridade e Mudança
Em 1934, após a consolidação
do regime de Vargas, uma nova Constituição foi promulgada,
ampliando o direito de voto e permitindo o voto feminino. No final de 1937,
antes das eleições presidenciais, o clima político
exaltado e as atividades desagregadoras levaram o Presidente Vargas a declarar
estado de emergência no país. À declaração
seguiu-se a dissolução do Congresso, com Vargas asssumindo
poderes extraordinários para governar por decreto, sob uma Constituição
autoritária. Embora fossem tempos difíceis, algumas políticas
importantes foram adotadas nesse período, como a introdução
de uma legislação trabalhista e previdênciária
avançada; a reforma do sistema educacional; e medidas que permitiram
progresso substancial na industrialização, incluindo a construção
da primeira usina de aço do Brasil (1942 - 1946).
Quando a Segunda Guerra Mundial começou,
o governo de Vargas não podia ignorar a preferência espontânea
da maioria dos brasileiros pela causa dos Aliados e contra a ideologia
nazista. As pressões populares, aguçadas pelas ações
hostis das embarcações alemãs em águas da costa
brasileira, forçaram o Presidente a abandonar a neutralidade. Em
agosto de 1942, Vargas declarou guerra às potências do Eixo.
O Brasil equipou 25.000 homens da Força Expedicionária, que,
juntamente com o 5o Exército Americano, combateu na Itália.
O Brasil foi o único país latino-americano a enviar forças
armadas para o campo de guerra europeu.
Brasil
Pós-Guerra
O Brasil Moderno || O
Moveimento de 1964 || Redemocratização
O Brasil Moderno
Com a guerra na Europa chegando a seu final, Vargas
foi forçado a renunciar, tendo sido marcadas as eleições
para a escolha de seu sucessor. O eleitorado, que foi às urnas pela
primeira vez em 15 anos, deu a maioria dos votos ao General Eurico Gaspar
Dutra, Ministro do Exército do Governo Vargas durante a guerra.
Uma nova Constituição foi aprovada pela Assembléia
Constituinte em 1946, mantendo-se em vigor até 1967. O mandato de
Dutra vigorou até 1951. Durante esse período, Vargas, exilado
em sua fazenda no Rio Grande do Sul, preparou-se para as eleições
e veio a colher os frutos de suas medidas progressistas no campo do bem-estar
social e legislação trabalhista. Ao final do mandato de Dutra,
Vargas foi constitucionalmente eleito Presidente da República, mas
veio a se suicidar em 1954, em meio a uma intensa crise política.
O final do seu mandato foi exercido pelo então vice-presidente Café
Filho.
Durante o Governo de Juscelino Kubitschek (1956-1961),
fundador de Brasília, o país viveu acelerada expansão
econômica. Juscelino Kubitschek foi sucedido pelo Presidente Jânio
Quadros, que renunciou com menos de um ano de mandato, assumindo o Governo
o então Vice-Presidente João Goulart. Goulart prestou juramento
como Presidente após o Congresso aprovar, em caráter de urgência,
um sistema parlamentarista de governo, que reduzia drasticamente os poderes
presidenciais. Em plebiscito convocado quatro meses depois, os eleitores
restabeleceram o antigo sistema presidencialista. Uma inflação
alta e a polarização política entre esquerda e direita
levaram o país a um período de dois anos e meio de instabilidade
social e política, acompanhada de uma crise econômica. Em
31 de março de 1964 os militares derrubaram João Goulart
e tomaram o poder.
O Movimento de 1964
O período de 1964 a 1985 caracterizou-se pelo
autoritarismo, amenizado a partir 1979, quando se procedeu à gradativa
abertura política. Durante esse período o país foi
governado por cinco presidentes, todos generais militares. O primeiro,
Castello Branco, chegou ao poder com o apoio de grande parte da população,
especialmente a classe média, que manifestava posições
anti-comunistas. Seu principal desafio foi estabilizar a situação
política e econômica do País. Com este objetivo o Governo
conquistou poderes e mecanismos adicionais para exercê-los, através
de emendas complementares à Constituição. Durante
os 15 anos que se seguiram, de 1968 a 1983, o Governo baixou vários
Atos Institucionais que se constituíam, na realidade, em decretos
presidenciais. Muitos dos direitos coletivos e individuais foram suspensos.
Medidas de austeridade afetaram a vida política e econômica
da nação. As negociações coletivas foram eliminadas,
extingüiu-se o direito de greve e manifestações da classe
trabalhadora foram proibidas.
Por volta de 1968, durante Governo do Presidente
Arthur da Costa e Silva, as estratégias econômicas pareciam
estar dando certo. A inflação foi contida e firmas estrangeiras
começaram a fazer novos investimentos no país, confiantes
na estabilidade do Governo. Por outro lado, o sistema político tornava-se
cada vez mais repressivo. O General Emílio Garrastazu Médici
sucedeu o Presidente Costa e Silva, assumindo o Governo em 1969. Entre
os anos de 1967 e 1974, o Brasil desfrutou de uma das maiores taxas de
crescimento econômico no mundo, com o Produto Interno Bruto (PIB)
alcançando 14% em 1973.
No campo político, a partir de meados da
década de 70, o então Presidente Ernesto Geisel iniciou um
processo de redemocratização, que viria gradativamente a
se concretizar a partir de 1979, quando ocupava a Presidência da
República o General João Batista Figueiredo. Iniciou-se então
o processo de "abertura", em que foram resgatados direitos políticos
anteriormente revogados, e permitida a volta de exilados políticos
ao País. Foi um período marcado também pelo aumento
da pressão popular pela redemocratização. Em 1982,
os governadores dos estados foram eleitos por voto direto, fato que não
ocorria desde 1965.
Redemocratização
(1985 - 1989)
Em 1984, aconteceram em todo o País, manifestações
em favor do estabelecimento de eleições diretas para escolha
do Presidente da República. Em janeiro de 1985, Tancredo de Almeida
Neves foi escolhido Presidente por um Colégio Eleitoral. Sua eleição
foi significativa não somente por ser o primeiro Presidente civil
eleito em 21 anos, mas também porque foi o candidato de uma coalizão
de oposição ao Governo. Na noite anterior à sua posse,
que ocorreria no dia 14 de março de 1985, Tancredo Neves foi levado
às pressas para o hospital em razão de grave enfermidade.
Com o falecimento de Tancredo Neves, assumiu a Presidência o Vice-Presidente
José Sarney, prometendo cumprir os compromissos assumidos por Tancredo
Neves em seu programa de governo. Como prioridade, o Presidente José
Sarney estabeleceu a convocação da Assembléia Nacional
Constituinte para elaborar uma nova Contituição, que contou
com forte participação popular, tendo sido promulgada 18
meses após o início dos trabalhos, em 5 de outubro de 1988.
O Governo Collor e o Processo de Impeachment (1989
- 1992)
Em novembro de 1989, Fernando Collor de Mello foi
eleito Presidente da República, na primeira eleição
direta convocada no País desde 1960. Em 29 de setembro de 1992,
sob alegação de corrupção em seu governo, Collor
teve o mandato suspenso pela Câmara dos Deputados, por um período
de 180 dias. Foi em seguida removido definitivamente do cargo, através
da aprovação de seu "impeachment" pelo Senado. No dia 29
de dezembro de 1992, minutos após ser formalmente acusado de corrupção,
Collor renunciou. No entanto, a maioria do Senado decidiu, mesmo assim,
pelo "impeachment". Itamar Franco, o Vice-Presidente, cumpriu os dois anos
restantes do mandato de cinco anos de Collor. O "impeachment" de Collor,
aprovado pela Câmara dos Deputados; seu julgamento pelo Senado; e
sua renúncia marcam um novo capítulo na história política
do Brasil. A sociedade civil organizada, segmentos da classe média
e estudantes desempenharam papel decisivo no processo de "impeachment",
o que trouxe novo ânimo à população quanto às
perspectivas de moralização da política e da administração
pública.
O Governo do Presidente Fernando Henrique Cardoso
(1994 ...)
O atual presidente da República, Fernando
Henrique Cardoso, foi eleito em primeiro turno de eleições
diretas realizadas no dia 3 de outubro de 1994, tendo recebido mais de
34 milhões de votos. Sua campanha foi centrada no plano de estabilização
da economia e seu programa de governo baseou-se numa série de providências
que seriam tomadas em relação a cinco questões: saúde,
educação, economia, infraestrutura e a questão agrícola.
Comprometeu-se ainda com o fortalecimento do papel do Estado como coordenador,
regulador e planejador do processo de desenvolvimento, e com a promoção
de uma reforma no setor público.
Contando com significativo apoio da população,
o presidente Fernando Henrique Cardoso vem logrando manter o controle da
inflação, através do Plano Real e medidas que garantem
a estabilidade monetária e o aumento do poder de consumo da população
de baixa renda.
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